A partir de 1900, quando Gomberg identificou os Radicais Livres (espécies químicas muito reativas, que possuem um elétron não pareado), começou o interesse cientifico pelos mesmos, e pela sua participação nos mecanismos de lesão celular bioquímica ( núcleo, membrana), como geradores de patologias. Slater em 1966 deu uma grande contribuição, quando demonstrou, ser a hepatotoxicidade do tetracloreto de Carbono, conseqüente a reações bioquímicas, com a participação dos radicais livres. Em 1968, Linus Pauling denominou de Medicina Ortomolecular, a medicina que trata ou previne as patologias, com substâncias que estão presentes no próprio organismo. Os radicais livres(RL) em geral, têm um período de vida muito curto, sendo produzidos continuamente no organismo a partir de reações bioquímicas, sendo a sua gênese a partir do oxigênio e seus derivados, e também de diversos metais. Para combater o efeito lesivo dos RL, o organismo lança mão de um sistema de defesa que utiliza: Enzimas, Proteínas e Compostos varredores , mas, dependendo do caso esse sistema poderá ser insuficiente, necessitando de uma terapia medicamentosa auxiliar, para promover a manutenção da Homeostase do organismo, podendo ser essa terapia: de complementação ao déficit ou para promover a eliminação dos excessos. A cada dia os resultados obtidos pela terapia ortomolecular com agentes antioxidantes e quelantes são mais eficazes e satisfatórios. Com base em trabalhos realizados por Mester com laser de He-Ne local, os russos a partir de 1970 desenvolveram a laserterapia intravenosa com esse laser, mostrando a sua eficácia no tratamento de várias patologias crônicas e agudas . Com a observação da evolução clínica dos pacientes, pesquisas sobre o mecanismo de ação do ILIB, foram intensificadas, evidenciando o efeito antioxidante da laserterapia intravenosa com He-Ne, por aumento da produção da enzima SOD CuZn(superóxido dismutase) fundamental à quebra do mecanismo de formação dos RL gerados a partir do oxigênio, pois a produção do radical superóxido, o primeiro a ser formado a partir do oxigênio, e que servirá de substrato para o desencadeamento da formação de RL mais lesivos, como o radical Hidroxila (OH). Por isso com base no mecanismo de ação descrito, o Laser He Ne , mostra-se uma excelente opção terapêutica nas patologias causadas pela ação dos RL, seja como terapia de base ou adjuvante na terapia biomolecular convencional. Concepções Básicas sobre Laserterapia intravenosa com He-Ne (ILIB) A palavra LASER é formada pelas iniciais de "Light Amplification By Stimulated Emission Of Radiation", ou seja, Amplificação da Luz por Emissão Estimulada de Radiação. A teoria da emissão estimulada foi descrita pela primeira vez em 1917 pelo cientista A.Einstein. A primeira publicação sobre Laser, data de 1958 no artigo de L. Schawlow e C.H. Townes. Em 1963, Mester (Budapest) iniciou trabalhos com a utilização de Laser de Baixa Potência ( Soft Laser), o Laser de He-Ne para cicatrização de feridas e úlceras, consegui-se demonstrar que é possível obter bons resultados terapêuticos com baixa densidade energética (potência média de 1,0 a 10,0 mW). Na década de 70, na ex- URSS, começaram as pesquisas sobre Laserterapia Intravenosa com He-Ne. A técnica consiste na introdução de um cateter intravenoso em um dos membros superiores, acoplado a uma fibra óptica que irradia o sangue com Laser He-Ne ( comprimento de onda 6.328 Angstrons), direta e continuamente no local da aplicação, distribuindo esse sangue irradiado, através da circulação, por todo o organismo (são recomendadas 10 sessões iniciais e de acordo com a evolução do quadro clínico, pode-se iniciar uma nova série após intervalo de 7 a 10 dias). O tratamento com a irradiação do Laser He-Ne tem efeito antioxidante, através da estimulação da enzima CuZn Superóxido Dismutase (SOD), que é a principal componente do sistema antioxidante endógeno. Essa metaloenzima protege os seres aeróbios contra a reatividade e a toxicidade do radical superóxido, que é o primeiro a se formar a partir do oxigênio e que se não for neutralizado poderá evoluir para formação do radical hidroxila, altamente lesivo às células. O radical superóxido por si só causa lesões. No caso de haver deficiência da (SOD), os mecanismos somam-se e teremos lesões de tecidos como: cardíaco, vascular, pulmonar, pancreático, articular, levando a lesões degenerativas. Por esse motivo podemos dizer que a SOD tem efeito desintoxicante através da neutralização dos radicais livres. Outra ação terapêutica importante do "Intravascular Laser Irradiation Of Blood "(ILIB) dá-se no sistema circulatório. Sabe-se que as doenças de caráter circulatório, local ou sistêmico, resultam de disfunções mecânicas dos vasos sangüíneos, principalmente na microcirculação, desencadeadas por fatores como: 1) aumento da viscosidade sangüínea; 2) diminuição da capacidade de acomodação espacial da hemácia. Já que o diâmetro da hemácia é 3 vezes maior que o diâmetro dos capilares, há uma tendência à obstrução do fluxo capilar com conseqüente hipóxia tecidual; 3) formação de placas ateromatosas. A terapia do ILIB por estimulação da SOD atua na cascata do ácido Aracdônico produzindo a Prostaciclina (PGI2), formada na parede vascular, que é um forte anti-agregante plaquetário com ação vasodilatadora. Outra ação importante ocorre na hemácia na qual o ILIB promove um aumento da capacidade hemorreológica das mesmas facilitando a passagem da hemácia através de capilares de diâmetro estreitado, melhorando a oxigenação e retirando metabólicos tóxicos. Quando existe um aumento do radical superóxido, principalmente na presença de cálcio intracelular, que age convertendo a enzima xantina desidrogenase em xantina oxidase, teremos uma maior oxidação lipídica que evolui com a formação de placas ateromatosas. A terapia ILIB pode ser utilizada no tratamento das seguintes afecções dentre outras: 1) Doenças do sistema respiratório ( Asma, alterações desencadeadas pelo fumo). 2) Diabetes e sua complicações 3) Doenças inflamatórias 4) Doenças Cardiovasculares (infarto e angina) 5) Doenças do sistema vascular periférico e cicatrização em geral. 6)Combate os radicais livres,rejuvenesce e promove a longevidade. Em função dos resultados obtidos a terapia com Laser He-Ne intravenoso firmou-se na década de 90 como uma opção terapêutica eficaz e segura, com boa margem de segurança, não apresentando contra indicações e efeitos colaterais significativos. O tratamento com Laser He-Ne intravenoso visa tratar o paciente pelo restabelecimento funcional do seu sistema enzimático antioxidante, equilibrando o indivíduo como um todo, para proporcionar uma otimização funcional de cada sistema. Dessa maneira vem a contribuir do ponto de vista médico como tratamento principal ou adjuvante às terapias clássicas. Com relação aos pacientes, a aceitação do método aumenta a cada dia, pois além da regressão dos sinais e sintomas específicos, relatam uma melhora substancial na qualidade de vida. |